A NVIDIA confirmou a “demanda muito forte” pelos chips Blackwell, a próxima geração de GPUs de IA, em um evento da TSMC. O CEO Jensen Huang afirmou que a empresa está “esgotando a capacidade” da fabricante taiwanesa, indicando um impacto direto no preço e disponibilidade de hardware no Brasil.
O mercado global de tecnologia e, em particular, o setor de inteligência artificial (IA) foram agitados por uma declaração de peso. Jensen Huang, CEO da NVIDIA, confirmou neste sábado (8 de novembro de 2025) que a demanda pelos chips Blackwell — a próxima geração de Unidades de Processamento Gráfico (GPUs) focadas em IA — está “muito forte”. A declaração foi feita durante um evento da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) em Hsinchu, Taiwan, parceira de longa data da NVIDIA na fabricação de semicondutores.
A magnitude dessa demanda é tamanha que, segundo Huang, a NVIDIA está “esgotando a capacidade” da TSMC. Este fato não apenas sublinha a importância da arquitetura Blackwell para o futuro da computação, mas também acende um alerta sobre a possível escassez e o aumento de preços no mercado de hardware, afetando diretamente o consumidor brasileiro. A arquitetura Blackwell é vista como o sucessor natural da bem-sucedida arquitetura Hopper, que impulsionou o boom da IA generativa nos últimos anos.
O que muda no cenário global de hardware
A forte demanda por Blackwell não se limita apenas às GPUs principais. Huang destacou que a NVIDIA não constrói apenas as GPUs, mas também as Unidades de Processamento Central (CPUs), a rede e os switches que compõem o ecossistema de IA. “A NVIDIA constrói a GPU, mas também construímos a CPU, a rede, os switches, e há muitos chips associados ao Blackwell”, explicou o CEO. Isso significa que a pressão sobre a cadeia de suprimentos é sistêmica, abrangendo diversos componentes essenciais.
Um dos pontos cruciais levantados por Huang foi a questão da memória. Questionado sobre a possibilidade de escassez de memória, ele reconheceu que o negócio está crescendo fortemente e que haverá escassez de “coisas diferentes”. No entanto, ele expressou confiança nos parceiros de memória da NVIDIA: “Temos três fabricantes de memória muito, muito bons — SK Hynix, Samsung, Micron — todos são fabricantes de memória incrivelmente bons, e eles aumentaram uma tremenda capacidade para nos apoiar.”
FATO 1 (Data/Evento): A declaração de “demanda muito forte” foi feita por Jensen Huang, CEO da NVIDIA, em 8 de novembro de 2025, durante um evento da TSMC em Hsinchu, Taiwan.
A confiança de Huang é reforçada pelo fato de que a NVIDIA já recebeu as amostras de chips mais avançadas de todos os três fabricantes de memória. A sul-coreana SK Hynix, por exemplo, já anunciou que vendeu toda a sua produção de chips para o próximo ano e planeja aumentar drasticamente os investimentos, antecipando um “super ciclo” estendido de chips impulsionado pela IA.
Apesar do otimismo em relação à produção, a escassez de capacidade na TSMC e a alta demanda global podem ter um efeito cascata no preço final dos produtos. A NVIDIA, que recentemente se tornou a primeira empresa a atingir um valor de mercado de US$ 5 trilhões, está no centro desta revolução. O CEO da TSMC, C.C. Wei, inclusive se referiu a Huang como um “homem de cinco trilhões de dólares”, sublinhando a importância da parceria.
Quando e como o Blackwell afetará o mercado brasileiro?
Embora os chips Blackwell sejam inicialmente destinados a grandes centros de dados e supercomputadores de IA, o impacto no mercado de consumo, incluindo o Brasil, é inevitável. A pressão na cadeia de suprimentos de semicondutores afeta a produção de todas as GPUs, incluindo as linhas GeForce RTX para jogos.
A alta demanda por chips de IA eleva o custo de produção e a prioridade de alocação de wafers na TSMC, o que historicamente se traduz em preços mais altos para as placas de vídeo de consumo. Para o gamer e o entusiasta de PC no Brasil, isso significa que a próxima geração de placas RTX, que utilizará a arquitetura Blackwell, pode chegar com um preço inicial mais elevado em Reais (R$).
FATO 2 (Impacto Financeiro): A NVIDIA se tornou a primeira empresa a atingir um valor de mercado de US$ 5 trilhões em outubro de 2025, o que demonstra o poder financeiro por trás da demanda por Blackwell.
Apesar das restrições impostas pelo governo dos EUA à venda de chips avançados para a China, Huang reiterou que não há “discussões ativas” sobre a venda de Blackwell para o país asiático. Essa restrição, embora política, concentra a oferta disponível em outros mercados, o que pode ser um fator positivo para a disponibilidade no Ocidente, mas não necessariamente para o preço.
FATO 3 (Detalhe Técnico): A arquitetura Blackwell não se limita apenas às GPUs, mas também inclui CPUs, networking e switches, exigindo coordenação e capacidade de produção de três grandes fabricantes de memória: SK Hynix, Samsung e Micron.
“A NVIDIA está experimentando uma demanda muito forte por seus chips Blackwell de última geração, à medida que seu apetite por wafers da TSMC cresce.” Fonte Oficial
Como o consumidor brasileiro pode se preparar para a era Blackwell
A chegada de uma nova arquitetura como a Blackwell, mesmo que focada em IA, sinaliza o avanço tecnológico que eventualmente chegará às placas de vídeo GeForce. Para o consumidor brasileiro, que já lida com a volatilidade do câmbio e os impostos de importação, a preparação é fundamental.
Como se preparar para a chegada da próxima geração de GPUs no Brasil:
- Monitore o Câmbio: A flutuação do Real (R$) é o principal fator de preço para hardware importado. Acompanhar a taxa de câmbio pode indicar o melhor momento para a compra.
- Considere o Mercado de Usados: Com o lançamento de novas placas, as gerações anteriores (como a RTX 4000) tendem a ter uma queda de preço no mercado de usados, oferecendo um excelente custo-benefício.
- Avalie a Necessidade Real: A tecnologia Blackwell trará ganhos significativos, mas as placas atuais ainda oferecem desempenho de ponta. Avalie se o upgrade é realmente necessário para os jogos e aplicações atuais.
- Busque por Ofertas Locais: Lojas e varejistas brasileiros frequentemente realizam promoções agressivas para queimar estoque antes da chegada de novos produtos.
A era Blackwell promete ser um divisor de águas na computação, mas exigirá paciência e estratégia do consumidor brasileiro para aproveitar os benefícios sem ser pego de surpresa pelos custos. O futuro da IA e dos jogos de PC passa, inegavelmente, pela capacidade de produção da TSMC e pela visão de Jensen Huang.
