Dados de “Qualidade Excepcionalmente Alta” em Risco
Por exigência do Governo de Donald Trump, a NASA deverá ver-se obrigada a encerrar pelo menos duas importantes missões espaciais, apesar de seus dados serem considerados de “qualidade excepcionalmente alta”. Essas missões, que monitoram o dióxido de carbono na atmosfera e o crescimento de plantas na Terra, são amplamente utilizadas por cientistas, empresas de petróleo e gás, e agricultores, e seu encerramento pode ter impactos significativos.
OCO: Observatórios Orbitais de Carbono
As missões em questão são os Observatórios Orbitais de Carbono (OCO), originalmente projetadas para medir o dióxido de carbono na atmosfera. No entanto, os cientistas perceberam que elas também mediam acidentalmente o crescimento das plantas na Terra. Essa capacidade de monitorar a fotossíntese globalmente tornou os dados das missões OCO incrivelmente valiosos para diversas indústrias, incluindo agricultura e energia.
De acordo com a National Public Radio (NPR), funcionários atuais e antigos da agência espacial norte-americana revelaram que a administração de Donald Trump solicitou planos para encerrar essas missões.
Impacto e Recomendações
Cientistas que trabalharam nas missões OCO afirmam que o equipamento espacial é de última geração e foi projetado para funcionar por muitos anos. Uma revisão oficial da NASA em 2023 confirmou a “qualidade excepcionalmente alta” dos dados e recomendou a continuação da missão por pelo menos mais três anos. A razão exata para o encerramento proposto não é clara, dado o valor e a qualidade dos dados coletados.
O encerramento dessas missões federais de satélites, as únicas projetadas especificamente para monitorar gases de efeito estufa, pode ter sérias consequências. Os dados do OCO são cruciais para prever e acompanhar o rendimento das colheitas, as condições de seca e outros parâmetros relevantes, o que, por sua vez, pode influenciar a segurança alimentar e a estabilidade política global.
O que ouvi foram comunicações diretas das pessoas que estão a fazer esses planos, que não tinham permissão para me dizer que tinha sido isso que lhes tinham pedido para fazer. Mas tinham permissão para me fazer perguntas. Eles fizeram-me perguntas muito perspicazes. A única coisa que poderia ter motivado aquelas perguntas era [que] alguém lhes tivesse dito para elaborarem um plano de encerramento.
— David Crisp, cientista sênior da NASA, em entrevista à NPR.
