Lançado de surpresa no Xbox Game Pass, Keeper é a mais nova e inusitada aventura da Double Fine Productions, o estúdio por trás de clássicos como Psychonauts e Grim Fandango. O jogo coloca o jogador no controle de um farol que, após ser atingido por uma escuridão parasita, ganha vida e pernas para embarcar em uma jornada surreal e sem palavras. Disponível para Xbox Series X|S, PC e Cloud Gaming, e custando US$ 29.99 (ou incluído no Game Pass), este título se destaca por sua arte visualmente deslumbrante e uma narrativa emocionante sobre companheirismo improvável e a tensão entre o mundo feito pelo homem e a natureza. Mas será que Keeper é realmente a joia artística que promete ser?
Gameplay: Um Simulador de Caminhada que se Transforma
O gameplay de Keeper começa de forma simples e desajeitada, quase como um \”simulador de caminhada\” (ou, mais precisamente, um \”simulador de cambaleio\”). O jogador controla o farol em seus primeiros passos, que são propositalmente pesados e desengonçados. A mecânica central é o uso da luz do farol para interagir com o ambiente, resolvendo quebra-cabeças e eliminando obstáculos. A narrativa é contada de forma totalmente visual e sem diálogos, focando na jornada do farol e de seu companheiro, um pássaro que se aninha em seu topo.
O que torna Keeper especial é sua capacidade de se reinventar. A aventura de aproximadamente seis horas apresenta mudanças mecânicas e de perspectiva significativas. Começa como um jogo de quebra-cabeças linear, mas evolui para algo mais livre e exploratório no meio, e depois se transforma novamente. Essa evolução constante mantém o jogador engajado, embora a seção intermediária, como notado por alguns críticos, possa ser um pouco menos clara em seus objetivos, exigindo mais paciência e exploração. No entanto, a base de movimento e as habilidades do farol permanecem consistentes, garantindo que a experiência nunca se torne incompreensível.
Gráficos e Áudio: Um Banquete Visual Psicodélico
O aspecto mais aclamado de Keeper é, sem dúvida, seu estilo visual. A Double Fine entregou seu jogo mais bonito até hoje, com um estilo que lembra uma pintura a óleo sutil, transformando cada cena em uma obra de arte digna de ser emoldurada. O mundo é estranho, cheio de vida, lixo e formas irregulares, mas é retratado com uma beleza surpreendente. O controle rígido da câmera em muitos momentos serve para enquadrar o jogo como um filme, maximizando o impacto visual.
A animação do farol e do pássaro é um destaque à parte, conferindo personalidade e emoção a personagens que não falam. A trilha sonora e os efeitos sonoros complementam a narrativa silenciosa, criando uma atmosfera imersiva que é ao mesmo tempo melancólica e esperançosa. O jogo é descrito como tendo momentos visuais verdadeiramente \”astoundingly weird\” (incrivelmente estranhos) e únicos, que precisam ser vistos para serem compreendidos.
Conteúdo, Preço e Plataformas: Vale a pena o Game Pass?
Keeper é um jogo relativamente curto, com cerca de 6 horas de duração, o que é comum para experiências focadas em narrativa e arte. O preço de US$ 29.99 pode parecer alto para alguns, mas a inclusão no Xbox Game Pass desde o primeiro dia de lançamento (Day One) o torna uma proposta de valor excelente. O jogo está disponível para Xbox Series X|S, PC (Windows 10/11) e via Cloud Gaming, e suporta o recurso Xbox Play Anywhere, permitindo que a compra única seja jogada em ambas as plataformas.
Prós e Contras: O que esperar de Keeper?
- Prós:
- Estilo visual poderoso e único, com gráficos que parecem pinturas a óleo.
- Fábula emocionante e sincera sobre um mundo quebrado e companheirismo.
- Mecânicas de jogo que se reinventam frequentemente, mantendo a experiência fresca.
- Momentos visuais verdadeiramente surpreendentes e inesquecíveis.
- Contras:
- A seção intermediária pode ser um pouco vaga em relação aos objetivos e caminhos.
- Duração curta (cerca de 6 horas) para quem espera uma aventura longa.
Veredito: Keeper é a Joia Indie do Game Pass?
Keeper é mais do que um jogo; é uma obra de arte interativa. A Double Fine demonstrou confiança e liberdade criativa para entregar uma experiência que desafia as convenções de gênero, misturando elementos de Wall-E, Limbo e Journey, mas com uma identidade própria e psicodélica. É um jogo que recompensa a paciência e a contemplação, oferecendo uma jornada visualmente rica e emocionalmente ressonante.
Sua chegada ao Game Pass reforça o valor do serviço, mostrando que a Microsoft ainda apoia projetos criativos e sem concessões. Para os fãs de experiências artísticas, narrativas silenciosas e visuais de tirar o fôlego, Keeper é uma recomendação obrigatória. É um título que se destaca pela sua audácia e beleza.
Nota Final: 9.0/10.0
Para saber mais sobre a chegada de Keeper ao serviço, você pode conferir nossa notícia sobre os lançamentos do Xbox Game Pass de Outubro de 2025. Além disso, para mais detalhes sobre o estúdio, visite o site oficial da Double Fine Productions, e para informações sobre o lançamento, a nota do criador no Xbox News é uma leitura recomendada.