CEO da Epic Games defende fim das etiquetas de IA na Steam

Tim Sweeney: IA será ubíqua e rótulos na Steam são “sem sentido”

O CEO da Epic Games, Tim Sweeney, reacendeu o debate sobre o uso de Inteligência Artificial em jogos ao defender publicamente o fim das etiquetas de divulgação de conteúdo gerado por IA em lojas digitais como a Steam. A declaração, feita em resposta a um usuário no X (antigo Twitter), argumenta que a tecnologia se tornará tão fundamental que a rotulagem será redundante.

Sweeney comparou a exigência de rótulos de IA a uma “divulgação obrigatória sobre qual marca de shampoo o programador usa”, sugerindo que a IA generativa é apenas mais uma ferramenta no processo de desenvolvimento, assim como o Photoshop ou o Visual Studio. Para o executivo, a IA estará envolvida em “praticamente toda a produção futura” de jogos, tornando a distinção inútil.

A Posição Oposta da Valve e a Polêmica de Arc Raiders

A Valve, responsável pela Steam, adota uma abordagem diferente, permitindo a maioria dos jogos com IA, desde que o uso seja claramente divulgado com um aviso de “Divulgação de Conteúdo Gerado por IA”. Essa política visa a transparência e permite que os consumidores façam escolhas informadas, especialmente devido às controvérsias sobre direitos autorais e o treinamento de modelos de IA.

A polêmica ganhou força com o caso de Arc Raiders, um shooter da Embark Studios que utiliza text-to-speech para gerar vozes de NPCs. Embora o jogo inclua a identificação genérica de IA, a falta de detalhes sobre o uso específico gerou críticas na comunidade. A Epic Games Store, por sua vez, não possui um sistema de divulgação de IA, alinhando-se à visão de seu CEO.

Quando a IA se Tornará Padrão na Indústria de Games?

A visão de Sweeney é corroborada por gigantes da tecnologia. A Microsoft, por exemplo, afirma que quase todos os seus engenheiros já utilizam ferramentas de IA, como o GitHub Copilot, e que a tecnologia se tornou uma “expectativa padrão” no desenvolvimento de software. Dados indicam que 90% das empresas da Fortune 100 adotaram o Copilot, mostrando a rápida penetração da IA em ambientes empresariais.

Apesar da eficiência, a comunidade de desenvolvedores permanece dividida. Muitos estúdios independentes usam ativamente o selo “livre de IA” como argumento de venda, defendendo que a criatividade humana é insubstituível. Críticos argumentam que a IA é uma “solução de produção, não criativa”, e que o talento humano eleva o material de formas que a IA, treinada em dados existentes, não consegue replicar. O debate sobre a linha tênue entre eficiência e originalidade promete continuar a moldar o futuro da indústria de games.

Para mais notícias sobre o tema, confira nosso artigo sobre Inteligência Artificial.

Você pode conferir a declaração original de Sweeney em seu perfil no X e a análise completa da situação no PC Gamer.