

Uma descoberta astronômica recente está agitando a comunidade científica: um exoplaneta foi avistado na zona habitável de sua estrela, Alpha Centauri A. Este achado, feito com o auxílio do Telescópio Espacial James Webb (JWST), representa um marco na busca por vida fora da Terra, dada a proximidade do sistema Alpha Centauri com o nosso.
A detecção de um planeta em uma órbita tão próxima de sua estrela, e ainda assim dentro da zona onde a água líquida pode existir, é um feito notável. A maioria dos exoplanetas é descoberta por métodos indiretos, como a observação do “bamboleio” de uma estrela causado pela gravidade de um planeta. No entanto, neste caso, o JWST conseguiu uma imagem direta, embora “borrada”, do corpo celeste.
O que torna este exoplaneta tão especial?
A principal particularidade deste exoplaneta reside em sua localização. Alpha Centauri A é a estrela mais brilhante de um sistema triplo a apenas 4 anos-luz da Terra. A capacidade do JWST de filtrar o brilho intenso da estrela hospedeira, usando o modo “coronógrafo” de seu Instrumento Infravermelho Médio (MIRI), foi crucial para a observação direta.
Os pesquisadores, liderados por Aniket Sanghi do California Institute of Technology, passaram cerca de um ano reanalisando os dados para confirmar a existência do planeta, garantindo que a mancha de luz não fosse apenas uma distorção estelar. Os resultados foram tão convincentes que serão publicados em dois artigos no The Astrophysical Journal Letters.
Por que a zona habitável é crucial para a busca por vida?
A zona habitável é definida como a região ao redor de uma estrela onde as condições são propícias para a existência de água líquida na superfície de um planeta. A presença de água líquida é considerada um pré-requisito fundamental para a vida como a conhecemos. A descoberta de um exoplaneta nesta zona, especialmente em um sistema tão próximo, aumenta as esperanças de encontrar ambientes potencialmente habitáveis além do nosso Sistema Solar.
Este avanço não apenas demonstra as capacidades sem precedentes do JWST, mas também abre novas perspectivas para a astrofísica e a exobiologia, impulsionando a busca por respostas à pergunta fundamental: estamos sozinhos no universo?
Referências:
- Beichman, C. et al. Preprint at arXiv https://doi.org/10.48550/arXiv.2508.03814 (2025).
- Aniket, S. et al. Preprint at arXiv https://doi.org/10.48550/arXiv.2508.03812 (2025).
- Wagner, K. et al. Nature Commun. 12, 922 (2021).