O aguardado retorno da franquia clássica, Double Dragon Revive, prometia uma ressurreição gloriosa, mas entrega uma experiência que se assemelha mais a exumar um cadáver cambaleante do que um renascimento milagroso. Lançado para PC, o jogo tenta recapturar a essência dos beat ‘em ups de rolagem lateral, mas falha em inovar e se destaca por sua jogabilidade monótona e controles imprecisos. Será que ainda vale a pena revisitar as ruas perigosas com Billy e Jimmy Lee?
Gameplay
A jogabilidade de Double Dragon Revive é direta e intuitiva, com ataques normais que podem ser executados com um único botão e ataques especiais que pontuam os combos. Cada um dos quatro personagens jogáveis (Billy, Jimmy, Marian e Ranzo) possui distinções, mas as diferenças mecânicas entre Billy e Jimmy são mínimas. Marian e Ranzo oferecem ataques mais vistosos e utilitários, mas, na dificuldade normal, raramente é necessário usar mais do que combos básicos. A variedade de inimigos é decente, com novos tipos surgindo para misturar-se aos antigos, criando um “gumbo” de bandidos de rua que pode se tornar desafiador. No entanto, a necessidade de “quebrar” esses inimigos é muitas vezes maçante, e o jogo se torna um teste de resistência contra uma enxurrada incessante de golpes.
Apesar das tentativas de adicionar estilo com combos aéreos e ataques de parede, o sistema é inconsistente. Inimigos frequentemente se movem de forma imprevisível após serem lançados, tornando a execução de combos mais elaborados uma tarefa árdua. A falta de combos aéreos significativos e a imprecisão dos prompts de botão para golpes em inimigos caídos contribuem para uma experiência frustrante. Os ataques finais, que limpam a tela, são poderosos e carregados por meio de combates, esquivas e contadores, mas mesmo com os movimentos explosivos de Ranzo ou o joelho de Marian, o combate de Revive não consegue se manter interessante por longos períodos. Uma jogatina de três horas pode ser mais do que suficiente para perder o interesse.
Gráficos e Áudio
Visualmente, Double Dragon Revive carece de brilho. Embora a maioria dos modelos de personagens seja aceitável, os efeitos de fogo, vento e dragão parecem de qualidade inferior. O trabalho de câmera e o design de som são adequados para dar impacto aos golpes, mas não impressionam. A trilha sonora é decente, com alguns riffs de rock originais e remixes de temas antigos da série, que soam bem no momento, mas são facilmente esquecidos. O jogo não possui a identidade visual marcante de títulos como Double Dragon Gaiden (16 bits) ou Double Dragon Neon, e fica aquém de seus pares contemporâneos.
Performance e Bugs
À medida que o desafio aumenta, as falhas de Revive se tornam um problema. Pequenos detalhes, como a direção do personagem mudando inexplicavelmente, deixam de ser peculiaridades e se tornam a causa de combos perdidos ou punições. Chefes, como Linda, introduzem mecânicas de padrão mais envolventes, mas as lutas se tornam brutais no final, especialmente a do capítulo sete, que é descrita como uma das mais irritantes em jogos do gênero, exigindo uma resistência extrema contra inimigos que parecem trapacear constantemente.
Conteúdo, Preço e Plataformas
O jogo oferece oito níveis não ramificados, o que é um conteúdo limitado para o gênero. As fases são variações de locais clássicos da série, mas muitas são insípidas e sem vida. Alguns trechos exigem plataformas, mas são curtos. A narrativa é fraca e carece da energia caótica de outros títulos da franquia, apresentando vilões sem o carisma ou a excentricidade que marcaram os antagonistas anteriores. Double Dragon Revive está disponível para PC.
Prós
- Variedade de inimigos decente.
- Quatro personagens jogáveis com estilos distintos (embora nem sempre bem explorados).
- Trilha sonora com remixes nostálgicos.
Contras
- Combate repetitivo e maçante.
- Controles imprecisos e inconsistentes.
- Falta de identidade visual e inovação.
- Narrativa fraca e sem carisma.
- Dificuldade desbalanceada e frustrante em chefes.
Veredito
Double Dragon Revive parece menos um retorno à glória e mais um esboço de memória de algo que um dia foi amado. Ele contém os detalhes importantes para identificá-lo como um jogo da série – combate simples com super ataques, inimigos variados, fases clássicas como metrô e cassino – mas nada disso parece distinto ou especial. As partes passáveis são prejudicadas por controles desajeitados, inconsistentes e picos de dificuldade enlouquecedores. “Revive” sugere revigoramento, mas este título se assemelha mais a exumar um cadáver cambaleante.
Nota Final: 5.0/10.0
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Fontes: IGN