Death Stranding 2: On The Beach: vale a pena?

Death Stranding 2: On The Beach review

Death Stranding 2: On The Beach: vale a pena?

Dizem que, de gênio e louco, todo mundo tem um pouco. Bom, talvez Hideo Kojima tenha mais do que “um pouco”. E Death Stranding 2: On The Beach não poderia ser fruto de uma mente que não fosse a dele. “Maluca”, sim, mas também excepcional e única na história dos videogames.

Se temos tantas dicotomias em Death Stranding, desde o Bastão e a Corda, até a mais visceral de todos os seres vivos, entre a Vida e a Morte, nada mais justo do que adicionar mais esta: Loucura e Genialidade. Em vários momentos, você vai dizer: “esse cara é maluco, por que ele fez isso?”. Em muitos outros, “esse cara é gênio, como ele fez isso?”.

As respostas, é claro, estão não apenas no Ka de Kojima, mas no seu Ha. Na sua alma. Death Stranding, especialmente Death Stranding 2: On The Beach, te faz pensar, mas mais do que isso, te faz sentir. Uma experiência que começa muito antes de você pegar o controle. Nos trailers, nas teorias, nas análises, e termina muito depois das cenas pós-créditos.

Deveríamos ter nos conectado? Descubra na análise completa abaixo!

Gameplay

Muito se falou, desde que ele foi anunciado, sobre o quanto Death Stranding 2: On The Beach é diferente do seu antecessor – principalmente por tratar-se mais do bastão, do combate. Então, vamos por um caminho meio diferente aqui: suas premissas são iguais ao game anterior. Sua missão é, novamente, conectar um país à Rede Quiral.

Primeiro, uma rápida passagem pelo México. Depois, a grande aventura em si: Austrália. E aqui você vai ter que fazer exatamente o que fez com os Estados Unidos. Deslocar-se pelo país inteiro para ligar diversos pontos dele à estrutura feita pela Bridges que permite maiores interações e compartilhamentos de informações e tecnologias. Algumas são missões da história principal, outras sidequests, mas todas importantes.

Sim, todas. É claro que você não precisa fazer 100% das entregas para completar o jogo, porém quanto mais fizer, mais vai aprender sobre o mundo de Death Stranding 2: On The Beach, cujos eventos acontecem 11 meses depois de Sam tirar Lou da cápsula de BB. E também ganhará mais recompensas interessantes – sejam cosméticas, sejam itens de gameplay.

Mas vamos dar um passo atrás: por que diabos Sam, que sumiu completamente do mapa quando decidiu viver com Louise, a0 invés de incinerar o pacote como havia sido requisitado em sua última e emocionante missão de Death Stranding, está fazendo entregas de novo? Fragile.

Uma velha amiga bate à sua porta, te pede um grande favor, que só você pode fazer, e promete cuidar da sua bebê enquanto você está fora. Parece tudo bem, né? Pois é, é partir dai que se desencadeia uma sequência bem tensa de eventos que culmina com uma tragédia para Sam.

O pedido é conectar o México à Rede Quiral e entender mais sobre um misterioso Portal Tunelar, gerado com os eventos do primeiro game e que é capaz de conectar o México à Austrália. Neste caminho, Sam reencontra outros antigos amigos, enfrenta uma grande batalha e descobre algo curioso sobre Lou.

Porém, quando volta para casa, se depara com mais um momento destruidor em sua vida. E Fragile, não só como boa amiga, mas também sentindo-se culpada, tenta ajudá-lo a superar o que aconteceu chamando-o para uma nova jornada, com novos amigos, e de uma nova maneira. É hora de conectar a Austrália! Essa é sua grande missão em Death Stranding 2!

Para fazer isso, Sam conta com uma tripulação de peso dentro da DHV Magalhães, uma nave/barco que funciona como base móvel da Drawbridge – nova empresa de Fragile, cujo nome significa “Ponte levadiça” e dá um grande destaque para a nova função da organização. Ela pode conectar, sim, mas também separar se for necessário.

E, claro, DHV Magalhães é uma homenagem a Fernão de Magalhães, navegador português que se notabilizou por ter liderado a primeira viagem de circum-navegação ao globo. Afinal, este é o grande objetivo desta nova expedição: conectar a UCA primeiro à Austrália, depois ao mundo todo, para evitar o último Death Stranding e a extinção da raça humana.

Gráficos/Áudio

A tripulação de Fragile começa modesta, depois cresce. De cara, você conhece o [Tarman](), que curiosamente também é o nome de um zumbi icônico do filme “Retorno dos Mortos Vivos”, que tem o visual de George Miller, cineasta australiano, e interpretado por Marty Rhone. Ele é o piloto da Magalhães e, como diz o nome, tem uma ligação especial com o “Tar”, ou “Alcatrão”, tão presente em Death Stranding.

E o que dizer do [Dollman]()? Baseado em outro cineasta, Fatih Akin, e vivido por Jonathan Roumie, ele é um homem preso em um pequeno boneco que acompanha Sam em sua jornada como um grande companheiro, que conversa com ele em sua quarto privado e também pode ser usado como uma ferramenta para observar/rastrear locais e inimigos.

Além disso, temos contato com Charlie, uma figura misteriosa que patrocina a expedição, e o Presidente, que é o responsável pela APAC – uma organização privada que comanda a jornada e gerencia a rede quiral com um sistema chamado APAS 4000. Esta tecnologia coleta dados e compartilha informações entre os locais conectados à rede quiral e é o que deve ser implementado em México e Austrália.

Performance/Bugs

Dentro deste cenário, Sam parte para uma missão ainda mais longa e perigosa do que a do primeiro jogo. São 16 capítulos e algumas dezenas de horas (variando de acordo com a dificuldade que você escolher, mas sendo bem difícil ficar abaixo de, pelo menos, 35 horas) que trazem muitos momentos marcantes na aventura de Death Stranding 2: On The Beach.

O reencontro com o Heartman, a apresentação de Rainy, os flashbacks misteriosos, o primeiro embate com Neil, o encontro com A Doutora, a cena em que Tomorrow mostra seus poderes e uma épica batalha ao final da Missão 28 – que é a última sobre a qual podemos falar aqui – merecem muitos elogios. Sem falar, é claro, em Troy Baker como Higgs. Um show à parte.

Inclusive, é importante destacar o quanto o elenco estrelado de Death Stranding 2 se mostra um baita acerto, assim como no seu antecessor. Além do retorno glorioso do vilão e, claro, do protagonista Sam de Norman Reedus, Léa Seydoux tem papel ainda mais importante como Fragile, Luca Marinelli é incrível como Neil e, claro, Elle Fanning é a perfeição em forma de Tomorrow.

Conteúdo/Preço/Plataformas

Como de costume, não daremos spoilers sobre a história, mas o que podemos dizer é que ela entrega o que se espera. E se você prestou atenção aos trailers e está acostumado com a mente de Hideo Kojima, certamente pegou muita coisa importante. Até porque ele fez questão de revelar muita coisa antes da hora, né? Alias, aqui vai uma nota pessoal do editor: eu já tinha jogado, felizmente, os momentos que exibidos na Premiere.

O combate com Neil e a cutscene de Tomorrow destruindo os inimigos de uma maneira épica, por exemplo, foram dois dos momentos mais impactantes do game para mim. E, infelizmente, uma grande parte do público não terá essa mesma sensação, porque isso já foi mostrado. Assim como a aparição de Lucy, que era um grande mistério do primeiro jogo, e sua relação com Neil, que apesar de não detalhada, já é um spoiler.

Quem acompanhou os trailers de Death Stranding e depois jogou, sabe que muitas coisas grandes apareciam nos vídeos, mas de forma mais contida, misteriosa, com edição. Revelar coisas importantes na íntegra, como foi feito agora, não me parece a melhor das estratégias. Nos últimos dias, repeti muitas vezes o tal do “esse cara é maluco, por que ele fez isso?”.

Mas é claro que, mesmo assim, ainda há muitas supresas a serem reveladas e muitos acontecimentos que te deixarão de queixo caído em Death Stranding 2: On The Beach. Tanto na história principal de Sam quanto no passado de cada coadjuvante de luxo e seus DOOMs – seja…

Prós

  • Narrativa profunda e envolvente
  • Personagens carismáticos e bem desenvolvidos
  • Gráficos e direção de arte impressionantes
  • Gameplay único e recompensador

Contras

  • Ritmo lento para alguns jogadores
  • Pode ser repetitivo em certos momentos

Veredito: Vale a pena investir em Death Stranding 2?

Death Stranding 2: On The Beach é uma experiência única e imperdível para os fãs do trabalho de Hideo Kojima e para aqueles que buscam algo diferente no mundo dos games. Apesar de seu ritmo peculiar, a profundidade da história e a qualidade técnica o tornam um título memorável.

Nota final: 9.5/10.0