O co-fundador da Rockstar Games, Dan Houser, criticou o uso de IA em games. Ele comparou a tecnologia de inteligência artificial generativa à “doença da vaca louca”, alertando para um futuro onde os modelos de IA se alimentarão de conteúdo gerado por eles mesmos.
A Crítica de Dan Houser e a Analogia da ‘Doença da Vaca Louca’
A declaração foi feita durante a turnê de divulgação de seu novo romance, que aborda o tema da inteligência artificial. Houser, que deixou a Rockstar em 2020, expressou preocupação com a direção que a indústria está tomando, especialmente em relação aos executivos que promovem a adoção desenfreada da tecnologia. Ele argumenta que essas pessoas não são necessariamente as mais “humanas ou criativas” para definir o futuro da humanidade e da criação artística.
“Acho que a IA acabará por se devorar, porque, pelo que entendo – o que é realmente superficial –, os modelos vasculham a internet em busca de informações, mas a internet ficará cada vez mais cheia de informações feitas pelos próprios modelos. Então, é como quando alimentávamos vacas com vacas e tivemos a doença da vaca louca.”
Qual o risco da IA se ‘alimentar’ de seu próprio conteúdo?
A analogia da “doença da vaca louca” (encefalopatia espongiforme bovina) é usada para ilustrar o risco de um ciclo vicioso de degradação da qualidade. A preocupação de Houser é que, à medida que a internet se enche de conteúdo gerado por IA, os modelos futuros serão treinados com dados de baixa qualidade e repetitivos, levando a uma estagnação ou piora na capacidade criativa e na originalidade da inteligência artificial. Para o Brasil, onde a indústria de jogos está em ascensão, o debate sobre a originalidade e a autoria do conteúdo gerado por IA é crucial para a preservação da identidade criativa local.
O Futuro da Criação e o Legado da Rockstar Games
Apesar das críticas, Houser reconheceu que a IA pode ser brilhante em certas tarefas, mas não em todas, e que as empresas de tecnologia tendem a exagerar nas promessas da ferramenta. Sua nova empresa, a Absurd Ventures, está trabalhando em um jogo ambientado no mesmo universo de seu livro, indicando que o tema da IA e da criatividade continua central em seu trabalho. A visão de Houser ressoa com a de outros criadores que defendem que jogos feitos apenas com IA carecerão de “alma”.
A Rockstar Games, empresa que Houser ajudou a fundar, é conhecida por seus mundos abertos detalhados e narrativas complexas, um tipo de produção que exige um alto grau de criatividade humana. A discussão sobre o papel da IA na criação de jogos é especialmente relevante para os fãs da franquia, que aguardam ansiosamente por novidades sobre o próximo título da série, como o aguardado GTA 6, que teve seu lançamento adiado. A posição de Houser serve como um contraponto importante no debate sobre o equilíbrio entre tecnologia e arte na indústria de entretenimento.
Fonte oficial: Eurogamer