Crescimento do PIX e falhas de segurança: por que ataques a bancos têm se repetido?

O PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, revolucionou as transações financeiras no Brasil, mas seu crescimento exponencial também atraiu a atenção de criminosos. Recentemente, uma série de ataques a bancos e intermediários financeiros levantou preocupações sobre a segurança do sistema. Este artigo explora os motivos por trás da repetição desses incidentes e as medidas que estão sendo tomadas para proteger os usuários.

Ataques Recorrentes ao PIX: O Que Está Acontecendo?

Nos últimos meses, hackers conseguiram movimentar mais de R$ 1,2 bilhão de instituições financeiras através de métodos que exploram vulnerabilidades em sistemas de Provedores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI). Esses ataques não visam diretamente a estrutura do Banco Central ou as contas de clientes, mas sim as contas reservas das empresas que processam as movimentações financeiras. A Polícia Federal tem atuado para desarticular esses grupos, como no caso recente da Caixa Econômica Federal, onde oito pessoas foram presas.

Especialistas apontam que a popularidade do PIX, desde sua criação em 2020, o tornou um alvo visado. Além disso, a falta de padrões de segurança uniformes e elevados para todos os participantes do ecossistema PIX, especialmente os intermediários menos conhecidos, cria brechas que são exploradas pelos criminosos. A concentração de muitas instituições em um único intermediário também representa um risco significativo, criando um “ponto único de falha” que os hackers aproveitam.

Novas Regras e o Futuro da Segurança do PIX

Em resposta aos ataques, o Banco Central agiu, antecipando para maio de 2026 o prazo para que todas as instituições de pagamento sejam obrigadas a obter autorização para operar. Anteriormente, esse limite era dezembro de 2029. Essa medida visa aumentar o controle e exigir padrões de segurança mais rigorosos das empresas que atuam no sistema PIX, garantindo que apenas aquelas com condições de manter um alto nível de proteção permaneçam no mercado.

Como a Inteligência Artificial Pode Reforçar a Segurança do PIX?

Além das regulamentações, a tecnologia pode ser uma aliada poderosa na luta contra as fraudes. Rocelo Lopes, CEO da SmartPay, sugere a implementação de mais filtros contra movimentações suspeitas, incluindo o uso de inteligência artificial. A IA poderia analisar padrões de comportamento e identificar transações anômalas, permitindo que os bancos segurem operações potencialmente fraudulentas. A maior fragilidade atual reside no uso de credenciais legítimas obtidas por roubo ou compra, mas a combinação de IA com políticas de segurança robustas pode criar um ambiente mais seguro para o PIX.

O segmento financeiro é o mais protegido, mas, com mais instituições a cada dia, precisa aumentar seu nível de maturidade, avaliou o diretor-geral da Netscout, Geraldo Guazzelli.

“A maior fragilidade hoje, apesar de todo o ambiente, é o uso de credenciais legítimas obtidas com o roubo ou a compra”, afirmou. “Mas a credencial por si não é algo que vai garantir o sucesso. Tem que ser encontrada uma falha. É uma associação de fatores”.

Para mais informações sobre segurança digital, confira nosso artigo sobre as últimas tendências em cibersegurança.

Fonte: G1 Tecnologia