O aguardado Battlefield 6 é lançado oficialmente hoje, 10 de outubro de 2025, e chega em um momento global delicado, marcado por discussões sobre conflitos e violência armada. Em uma entrevista reveladora, desenvolvedoras da EA Motive, um dos estúdios por trás do jogo, discutiram o complexo desafio de equilibrar o entretenimento de um blockbuster de guerra com a sensibilidade que o tema exige.
Equilibrando Realismo e Ficção no novo Battlefield
A franquia Battlefield é sinônimo de batalhas intensas e realismo militar, mas como criar uma experiência imersiva sem trivializar a gravidade da guerra real? Segundo Alma Talbot, Diretora de Produção, e Maryse Joseph, Lead Level Designer, a chave foi situar a narrativa em um futuro próximo e em um conflito totalmente fictício. A campanha single-player de Battlefield 6 se passa em 2027 e narra a guerra entre uma OTAN fragmentada e a Pax Armata, uma corporação militar privada. “É como qualquer forma de arte”, afirmou Talbot em entrevista ao Voxel. “Sempre haverá paralelos com o mundo real, mas nossa intenção é criar um espaço para o jogador viver sua fantasia de guerra, não para representar tragédias do presente.”
Essa abordagem permitiu à equipe da EA Motive focar na criação de uma experiência cinematográfica e espetacular, marca registrada da série, sem se apoiar em eventos geopolíticos recentes. O distanciamento da realidade imediata, focando em uma corporação como antagonista, oferece uma camada de abstração que mantém o foco no entretenimento. “Queremos que seja realista, mas não estamos tentando simular eventos do mundo real. É um equilíbrio entre entregar fantasia ao jogador e respeitar o fato de que a guerra, na vida real, é devastadora”, complementou a diretora.
Como a campanha single-player de Battlefield 6 se diferencia?
A campanha single-player promete ser um dos grandes destaques deste lançamento. Para garantir a imersão e a verossimilhança, a equipe de desenvolvimento contou com a consultoria de militares e veteranos da indústria. O objetivo, segundo as desenvolvedoras, foi criar cenários, armamentos e táticas que parecessem críveis, ao mesmo tempo em que a narrativa explora o peso dos conflitos armados. A jornada levará os jogadores a uma variedade de locais, desde as ruas do Brooklyn, nos EUA, até as praias de Gibraltar, reforçando a escala global do confronto.
A estrutura das missões foi desenhada para mesclar momentos de narrativa linear com a liberdade e o caos característicos do multiplayer de Battlefield. “Queríamos guiar o jogador em uma experiência narrativa, mas, ao mesmo tempo, manter a destruição em larga escala. Foi desafiador, mas encontramos soluções para que o jogo seja divertido sem perder identidade”, explicou Maryse Joseph. Para os fãs de longa data, a boa notícia é que o foco na campanha não diminuiu a atenção ao multiplayer, que continua sendo o pilar da franquia. Para saber mais sobre o que esperar da campanha, confira nossa cobertura anterior sobre o caos e destruição na campanha de Battlefield 6.
O lançamento de Battlefield 6 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series S/X marca um novo capítulo para a icônica série de FPS. Com uma abordagem consciente sobre sua temática e uma campanha que promete profundidade, a EA e a Motive buscam não apenas dominar as paradas de vendas, mas também gerar uma reflexão sobre a linha tênue que separa a ficção da realidade. Para mais detalhes sobre a entrevista, confira a matéria original no TecMundo/Voxel.