Battlefield 6 vs Call of Duty: Análise de Acessibilidade no Novo FPS

Battlefield 6 chega ao mercado com a promessa de ser uma nova fase para a franquia, apostando em variedade de modos, performance otimizada e, o mais importante, inclusão. Com a série buscando unir públicos diferentes, a Electronic Arts (EA) e a DICE também começaram a dar passos importantes no caminho da acessibilidade. Esta análise detalhada, baseada em impressões de especialistas, avalia o que o novo título oferece para garantir que todos possam participar do campo de batalha, comparando-o diretamente com seu principal rival, Call of Duty: Black Ops 6. O jogo foi analisado na versão para PC, mas as configurações de acessibilidade se aplicam às versões de console, incluindo PlayStation 5 e Xbox Series X|S.

Gameplay e Controles: Acessibilidade para Todos os Estilos

A jogabilidade de Battlefield 6 demonstra um cuidado notável com a personalização, especialmente na área de controles. O jogo oferece uma ampla gama de opções para que o jogador possa remapear comandos tanto no controle quanto no teclado e mouse, um recurso essencial para a acessibilidade motora. Ações cruciais como correr, agachar e mirar podem ser configuradas para serem ativadas ao pressionar ou alternar, adaptando-se a diferentes necessidades e preferências.

Para os jogadores que dependem de auxílio, a assistência de mira é totalmente ajustável, permitindo a configuração da curva de entrada, travamento e desaceleração. Além disso, o jogo suporta funções automáticas, como pular obstáculos ou abrir paraquedas, simplificando a execução de movimentos complexos. A vibração do controle também é configurável, podendo ser desativada ou limitada a situações específicas, como explosões ou dano, o que demonstra um cuidado com a acessibilidade motora e sensorial. No entanto, é importante notar que, embora a campanha permita pausar o jogo, o modo multiplayer, o coração da experiência Battlefield, não oferece essa opção, o que pode ser um desafio para jogadores que necessitam de pausas rápidas e inesperadas.

Interface e Legendas: Onde a Inclusão Falha

No quesito visual e auditivo, Battlefield 6 apresenta um bom ponto de partida, mas com falhas críticas que o colocam atrás de concorrentes. A interface permite um ajuste fino de opacidade, tamanho e a possibilidade de desabilitar elementos da tela, como o minimapa e ícones de objetivos. O brilho pode ser configurado separadamente para o mundo do jogo e para a interface, o que é um ponto positivo para a personalização.

Contudo, a **ausência de um recurso de auto contraste** é a principal falha visual. Em ambientes escuros ou de alto estresse, a identificação de inimigos se torna significativamente mais difícil, uma desvantagem notável para jogadores com baixa visão. Este recurso, presente em títulos como Call of Duty: Black Ops 6, faz uma falta imensa e compromete a experiência de jogo. Para o daltonismo, o jogo oferece perfis pré-definidos e uma opção personalizada de cores com pré-visualização, o que é um acerto.

Em relação à acessibilidade auditiva, as legendas possuem três tamanhos e ajustes de opacidade para texto e fundo. No entanto, a **falta de legendas ocultas (closed captions)** é um problema sério. Efeitos sonoros importantes, como passos ou explosões distantes, não são descritos, o que compromete a experiência de jogadores com deficiência auditiva. Além disso, o suporte para Texto-para-Fala e Fala-para-Texto, e a narração de menu, não estão disponíveis em português, limitando drasticamente a inclusão do público brasileiro que depende de leitores de tela.

Performance e Experiência: O Equilíbrio Necessário

A experiência de jogo em Battlefield 6 é complementada por ajustes que visam o conforto e a performance. O campo de visão (FOV) pode ser ajustado separadamente para o jogador a pé ou em veículos, e há opções para reduzir ou desativar movimentos como tremor de câmera e *motion blur*, ajudando a evitar o enjoo em jogadores mais sensíveis.

Em termos de progressão, o jogo oferece quatro níveis de dificuldade ajustáveis a qualquer momento. No entanto, a mecânica de salvamento automático, que **não permite salvamento manual**, pode ser um ponto de frustração para quem precisa de pausas mais longas ou estratégicas. Essa limitação, embora comum em jogos modernos, é um obstáculo para a acessibilidade cognitiva.

Prós

  • Ampla personalização de controles (remapeamento, assistência de mira, vibração).
  • Boas opções visuais para daltônicos e ajustes de FOV.
  • Legendas com múltiplos ajustes de tamanho e opacidade.
  • Opções para reduzir *motion blur* e tremor de câmera (conforto).

Contras

  • Ausência de auto contraste (principal falha visual, presente no rival Call of Duty).
  • Falta de legendas ocultas (*closed captions*) para efeitos sonoros (falha auditiva).
  • Narração de menu/leitor de tela não disponível em português (limita inclusão no Brasil).
  • Não permite salvamento manual (obstáculo para pausas longas).

Veredito: Vale a pena investir no Battlefield 6 pela acessibilidade?

Battlefield 6 traz avanços interessantes em personalização e acessibilidade, principalmente em ajustes visuais e de controle. No entanto, a **ausência de autocontraste, a falta de legendas ocultas e o leitor de tela não disponível em português pesam bastante** contra o jogo para o público PCD no Brasil. A experiência, embora jogável, se torna frustrante em momentos cruciais de combate, dificultando distinguir inimigos. Em resumo, Battlefield 6 tem uma boa base de acessibilidade, mas ainda fica atrás de outros grandes títulos quando o foco é inclusão real e suporte total a jogadores com deficiência visual ou auditiva.


Nota Final: 7.5/10.0

Confira também nossa análise sobre o lançamento de Call of Duty: Black Ops 7 no Xbox Game Pass.

Fonte: EA Games | TecMundo/Voxel

Trailer oficial de revelação do Battlefield 6.

Battlefield 6: Análise de Acessibilidade