AMD Bate Recorde de Receita no Q3 2025, Mas Parceria Nvidia-Intel Preocupa

A AMD (Advanced Micro Devices) anunciou seus resultados financeiros para o terceiro trimestre de 2025, revelando uma receita recorde de US$ 9,2 bilhões. O feito marca o trimestre de maior faturamento da história da companhia, impulsionado principalmente pelo forte desempenho dos processadores Ryzen no segmento de clientes e pelo crescimento significativo dos aceleradores Instinct MI300X no mercado de data centers.

Apesar do sucesso, a empresa liderada por Lisa Su também sinalizou desafios importantes, como a intensificação da concorrência no setor de IA e a parceria estratégica entre Nvidia e Intel, que pode ameaçar a participação de mercado dos processadores EPYC em servidores de alto valor.

O Sucesso do Ryzen 7 9800X3D e o Segmento de Clientes

O segmento de clientes da AMD, que inclui os processadores para PCs, foi uma das grandes surpresas, contribuindo com US$ 2,8 bilhões para a receita total. Este crescimento é atribuído em grande parte ao excelente desempenho de vendas dos processadores Ryzen 7 9800 e, em especial, do Ryzen 7 9800X3D. Este chip, baseado na arquitetura Zen 5, superou as expectativas em eficiência e adoção por fabricantes de PCs (OEMs), ajudando a AMD a recuperar uma fatia significativa do mercado de laptops premium e desktops compactos focados em jogos.

Enquanto a Intel foca na integração de Unidades de Processamento Neural (NPUs) com sua plataforma Meteor Lake, a AMD tem se concentrado em silício otimizado para jogos e desempenho por watt, uma estratégia que tem se mostrado eficaz para conquistar o consumidor final.

Avanço em Data Center e o Desafio da IA

O segmento de Data Center reportou uma receita de US$ 4,3 bilhões, um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Esse resultado foi impulsionado pela adoção contínua dos processadores EPYC e, pela primeira vez, por um volume significativo de remessas dos aceleradores de IA Instinct MI300X. A AMD está se posicionando como uma alternativa aberta e modular à arquitetura fechada da Nvidia, com a plataforma Helios, que combina aceleradores MI400, CPUs EPYC e NICs Pensando “Vulcano”.

Qual o Impacto da Parceria Nvidia-Intel para a AMD?

Apesar do crescimento, a AMD enfrenta ventos contrários no mercado de data center. Em setembro, a Nvidia e a Intel anunciaram uma parceria inesperada para desenvolver uma CPU x86 personalizada, construída no processo Intel 18A, especificamente para futuras plataformas de IA da Nvidia. Se essa CPU se tornar o padrão nos sistemas de IA da Nvidia (como Rubin ou GB300), a participação da AMD no fornecimento de CPUs EPYC para esses racks pode diminuir drasticamente. Atualmente, a AMD se beneficia da falta de uma licença x86 própria da Nvidia.

Outro desafio é a crescente tendência de grandes empresas de nuvem, como Amazon e Microsoft, desenvolverem seus próprios chips de IA (Trainium e Maia, respectivamente), o que reduz o mercado total acessível para a AMD e a Nvidia. A AMD, no entanto, está executando bem sua estratégia, focando em cargas de trabalho de inferência com o MI355X, otimizado para custo por token e largura de banda de memória, em vez de apenas picos de FLOPs.

Perspectivas e Desafios Futuros

O terceiro trimestre de 2025 da AMD foi forte, validando a estratégia da arquitetura Zen 5 e o avanço dos aceleradores Instinct. No entanto, o cenário competitivo está em constante mudança. A integração vertical da Nvidia, a nova parceria com a Intel e os desafios geopolíticos relacionados às restrições de exportação para a China adicionam incerteza ao futuro. A AMD continua a operar com sucesso, mas precisa navegar por um ambiente onde as alianças e as regras do jogo estão sendo reescritas rapidamente.

Para saber mais sobre o mercado de processadores e a concorrência, confira nossa análise sobre o domínio da Nvidia no setor de IA.